Tainada à Portuguesa (Portuguese Tainade)

É verdade pessoal!

Fizemos uma verdadeira tainada à portuguesa que incluía chouriço, caldo verde, broa e receita!!!

A aventura começou na nossa busca em Haywards Heath por álcool etílico para assar as chouriças no porquinho de barro que a Natália tinha trazido de Portugal. Fomos ao Boots (uma cadeia de lojas de artigos de higiene, medicamentos e cosmética) e o Rêgo perguntou à empregada: "Excuse me, do you have liquid alcohol?", ao que a empregada lhe responde "Oh, no, sorry, we don't serve drinks in Boots!". O Rêgo contém o riso e explica que não é bebida, mas sim como um antiséptico e a empregada finalmente entende mas diz que só tem mesmo antisépticos e mostra-he uns com cores e cheiros, que obviamente não dava para as chouriças. Então, a única solução (visto não haver álcool neste país) foi comprar o mais parecido: acendalha em gel para barbecues. Publicamos as fotos da tentativa e resultado.

Como podem ver, todo um inferno de labaredas consumiu o pote de barro, quase que pegou fogo à cerca onde estava pousado e a chouriça ficou a saber a acendalha. O que nos valeu foi que os nossos fogões têm grill e as chouriças até ficaram boas.

Fizemos a receita com Carlsberg e um vinho branco da Califórnia (o mais parecido com verde que encontrámos), ou seja, ficou estranha mas até se bebia bem. Nao imaginam como comer qualquer coisa portuguesa sabe bem! Que saudades da churrasqueira!... Deixamos aqui mais fotos para vocês verem o grandioso momento.

Pudemos fazer uma tainada mas sem vocês claro que não é a mesma coisa.

Abraços e beijinhos com saudades para todos!

Update

Sim, sabemos, vamos muito atrasados nas publicações... Sorry... Mas este blog não ficou esquecido!

A nossa vida basicamente continua a mesma. Estamo-nos a dar muito bem no trabalho, uns qantos turnos de cão que chegamos a casa e só queremos morrer a um canto, a Dani que o diga que já vai no 7º dia consecutivo de trabalho sem folgas e ainda lhe falta mais um! Mas tirando isso, está a correr muito bem.

Aqui toda a gente fica admirada com os enfermeiros portugueses! Passam a vida a dizer como somos bons enfermeiros, como sabemos bem gerir o tempo, como lidamos bem com os doentes, como somos rápidos, etc, etc. Basicamente, mesmo o pior de nós aqui é o rei! lol

Vá, nem tanto, mas podemos dizer que pelo que temos visto, eles aqui têm MESMO pouca preparação e só ganham traquejo quando já estão a trabalhar. Um facto curioso é que, apesar de a nossa profissão ser muito mais reconhecida e respeitada do que em Portugal por toda a gente, aqui acabamos por ser mais dependentes dos médicos, porque lhes pedimos para fazer tudo: não se consegue cateterizar 2 vezes (catheter = algália), chama-se o médico; não se consegue canular 2 vezes (canulla = cvp), chama-se o médico; não se consegue aspirar conteúdo pela SNG, avisa-se o médico que o doente precisa ir ao raio-x para verificar a posição da sonda (não há cá meter ar para o estômago!), and so on, and so on...

O ambiente entre os portugueses é muito bom. Todos os dias estamos juntos depois do jantar a conversar e na galhofa, de vez em quando fazemos uma party ou outra e os dias vão correndo com boa disposiçao, embora o escritório responsável pelo complexo onde vivemos já esteja a torcer o nariz a algumas coisas, mas isso são outras coisas que sinceramente não vale a pena falar.

As saudades claro que são muitas e estamos mortinhos por estar com as pessoas todas aí e para o Rêgo e para a Dani a data aproxima-se! O pior mesmo foi não poder estar aí na semana da Queima das Fitas e quando chegarmos aí queremos saber novidades de tudo!

Abraços e beijinhos para todos da Royal British Confrary.

PS: divirtam-se por nós no ENEE! lol

Aventuras

Episódio 1

Uma bela tarde, o Rêgo decide fazer torradas para o lanche. “Ah e tal, vou fazer umas torradas que já se comia qualquer coisa” – disse, inconsciente do perigo que o esperava… Pegou no pão, pôs na torradeira e esperou. E esperou, e esperou… Até que: “Então as p**** das torradas não saem???” – perguntou-se ele. Ao que foi à torradeira, carregou no botão para as torradas saírem e elas saltam, negras como o carvão. Um cheiro a queimado invade o ar e, mesmo sem fumo algum, eis que o alarme de incêndio começa a tocar na casa toda num barulho ensurdecedor! O Rêgo e a Dani taparam os ouvidos, o Gonçalo estava a tomar duche e saiu a correr a perguntar o que se passava e a Piolho, já pronta a entrar para a banheira cagou pra situação. Na casa ao lado, a Natália também sai de casa e vem ver o grandioso espectáculo. Após 2 minutos de inferno o alarme finalmente calou-se.

Moral da história: verificar sempre o grau da torradeira, isto porque as mulheres da limpeza ao limpar a torradeira puseram-na no 8 e como a Dani já tinha feito torradas de manhã o Rêgo nunca pensou que a torradeira estava desregulada e simplesmente pôs as torradas. Já é a segunda vez que isto acontece por estes lados, pois o Gonçalo também teve uma história destas no início.

Episódio 2

Ficam já a saber que a nossa casa é assombrada. A porta do chuveiro range e abre cada vez que uma pessoa passa; o fogão é possuído porque os discos aquecem muito depressa e não arrefecem da mesma maneira e o pessoal pouco se entende a cozinhar nessas condições; e de vez em quando vem do piso de cima de parte incerta um barulho tipo aspirador bem alto que ninguém sabe o porquê de acontecer. Hoje o Rêgo e o Gonçalo decidiram tratar do congelador, que estava a ser dominado pelo gelo (literalmente, uma gaveta já nem abria!). Tiraram dois tabuleiros de forno cheios de gelo e descobriram uma criatura que vivia no nosso congelador e com a qual fizemos uma amizade tão grande que até tiramos fotos, que postamos a seguir.

Coisas Sérias (A pedido da Dé =p)

 A pedido de muitas famílias (mais propriamente da Dé), vamos então falar de coisas sérias! O National Health System inglês funciona por Trusts (semelhante às ULS), e nós estamos integrados na Brighton and Sussex University Trust. Aqui em Haywards Heath funciona o Princess Royal Hospital e uma unidade de cuidados neurológicos agudos. Comecemos pelos serviços em que cada um ficou: a Natália e o Rêgo ficaram em Pyecombe (unidade Respiratória), a Piolho em Ardingly (unidade AVC) e a Dani no Rehab Centre – Lindfield Ward (unidade de reabilitação neurológica). Não se espantem com estes nomes pois aqui cada serviço em vez de ser conhecido pelo nome da especialidade é conhecido pelo nome de terras.. (LOL).

Somos todos unânimes em dizer que as coisas funcionam de maneira bastante diferente aqui. Neste momento só a Natália é que já não é supranumerária e está a trabalhar a “todo o vapor” (não está porque temos que fazer milhentas formações para nos deixarem fazer aquilo que já fazíamos no 3º ano!), no entanto, devido à brilhante organização de alguns serviços em que se chega ao cúmulo de ter 1 ou 2 enfermeiros para fazer os turnos, já não é a primeira vez que nos aterra uma enfermaria no colo ao estilo do toma lá e desenmerda-te! Também chegamos à situação em que um auxiliar pode fazer muitas mais coisas que nós. Sim, porque um auxiliar (Health Care Assistant) pode fazer tudo o que um enfermeiro faz, inclusive ECGs se tiver o treino adequado (basicamente só não dá medicação). E mesmo os enfermeiros não são muitos os que podem dar medicação EV. Para terem uma noção, num dia havia um enfermeiro do serviço da Dani que andava a saltar entre os dois serviços do Rehab Centre, porque era o único que estava oficialmente habilitado a preparar e a dar medicação EV. Ridículo não é? Pois…

Outra coisa que nos escandaliza é os registos de enfermagem… achavam que isto estaria muito desenvolvido e que era só cipe para a cabeça?? NÃO!!!! Tudinho a papel. Folhas e folhas para tudo…uma folha para a comida, uma folha para as OBS (sinais vitais), uma folha para a urina, uma folha para a &/$&/%& (com tipos específicos de 1 a 7!!!!wtf?!), folhas de planos de cuidados de chorar a rir e no fim tens que fazer umas notas em que basicamente repetes tudo que já colocaste nas folhas..-.-‘ Não pode ficar pior pois não? Pode… Isto porque os doentes têm dois processos! Um com estas folhas todas em que escrevemos e que está aos pés da cama e outro que está no balcão do serviço, onde se encontra toda a informação do doente e onde escrevem as restantes equipas médicas, fisioterapeutas, nutricionistas, terapeutas da fala, etc, etc…

E pronto foram introduzidos a uma pequena parcela do que é a vida de um enfermeiro nas terras de sua majestade.

AMAZING!!!! :D

LOST Season 8 Ep. 1

Sábado de manhã..depois de 3 dias de introduções ao hospital e dois dias nos serviços (bem..para a piolho foi só um porque foi pa Londres num Study Day) fomos em direcção à cidade para descobrir onde ficava o Sainsburys Local..chegar lá não foi assim tão complicado mas à vinda para cá que terror! Perdidos numa selva de subúrbios e mata..a ouvir sons esquesitos de natureza!!! AHHHHH! E as únicas provisões eram 4 iogurtes que o Rêgo comprou no supermarket! Já estavamos a desesperar quando ALTO! a piolho viu no horizonte a torre do hospital..we are alive!!!

Moral da história: a cidade é pequena mas o nosso sentido de orientação sucks!!

O empadão maléfico com puré a sério!

The Royal British Confrary invades Haywards Heath!!!!!!!!!!!!!!!
Esta foi a manchete do jornal desta manhã de Mid Sussex! Depois de longos dias de Induction (palestras sem fim em que ninguem está interessado em ouvir) e após turnos que acabam uma hora depois do tempo, a Royal British Confrary amanda-se a pé até o Sainsbury's (o Jumbo cá da zona!)
Uma série de horas após este acontecimento voltamos para a sede e eis que é realizado um ritual de iniciação do Rêgo ao puré com batatas (sim..porque ele só conhecia o instantâneo..). Digamos que não foi pacífica a experiência como se pode observar nas provas videográficas que irão ser apresentadas.
Aconselhamos Parental Advisory porque algumas das cenas não são para todos os ouvidos.

Avisam-se os interessados que se um dia deixarmos de postar neste fabuloso blog é porque o Gonçalo (housemate do Rêgo e da Piolho) nos internou a todos.

PS: este post vai com um dia de atraso